Preço de sua consulta: vamos entrar afundo disto?

Essa é uma questão que aflige tanto quem se vê às voltas com a abertura do primeiro consultório quanto quem já tem certo tempo de estrada e tem dúvidas se, afinal, definiu o valor mais adequado e se deve reajustá-lo.

Quando o cálculo não é feito da forma adequada, prejuízos podem ocorrer e, às vezes, até guiar o negócio pelo caminho da falência.

Coloque os gastos com investimento no papel.

Antes de colocar os números no papel e começar a fazer as contas, é importante entender os fatores que envolvem o cálculo. Conhecer bem cada elemento é essencial para evitar erros na hora de calcular o preço de venda: Custos Fixo, Custos Variáveis e Margem de Lucro.

A tarefa, de fato, é desafiadora: a precificação da consulta envolve o pagamento de todas as contas, a remuneração dos seus funcionários, o investimento na estrutura do consultório, na atualização constante dos seus conhecimentos e, claro, a sua margem de lucro ao final de todo o processo.

Você atua em um cenário competitivo?

Com tantos gastos fixos no consultório, entretanto (tais como manutenção, aluguel, condomínio, secretárias, telefone) a prática do valor justo para cada perfil de paciente não é necessariamente aplicada.

Nesse cenário, equacionar as diferentes demandas (competitividade de mercado, contas do mês, lucratividade, coerência com o público-alvo, entre outras) não é mesmo tarefa das mais simples!

A boa notícia é que existem parâmetros importantes para calcular o valor ideal da consulta – balanço de mercado, estrutura de atendimento oferecida e, mais importante, os gastos do seu consultório entram na conta. 

A seguir, confira o que você deve colocar no papel na hora de precificar seu atendimento (ou rever se o seu valor cobrado precisa de reformulação!):

Faça uma breve análise de mercado.

Esboçar um preço médio para a consulta, definindo um valor alinhado com o praticado no segmento, exige a realização de uma pequena pesquisa de mercado.

  • Quanto os profissionais que atendem um público de perfil semelhante ao seu estão cobrando?
  • Qual é o preço praticado pelos consultórios da sua região?

Nesse momento de análise, é interessante considerar até mesmo os profissionais de outras especialidades que atuam na sua localidade.

Essa primeira etapa garante fundamento para a definição do seu valor, evitando que você fuja completamente dos parâmetros de mercado e fornecendo dados importantes a respeito de como anda sua área de atuação. É aqui que um preço competitivo e adequado começa a se estabelecer.

Considere sua estrutura.

É claro que o investimento realizado na sua estrutura de atendimento impacta diretamente no valor cobrado ao paciente. Nessa consideração, se incluem fatores como:

  • Local do consultório;
  • Conforto do ambiente;
  • Tecnologia dos equipamentos;
  • Investimento em informatização;
  • Capacitação da equipe de funcionários;
  • Facilidades oferecidas ao paciente;
  • Gastos com manutenção de toda a estrutura e taxas de depreciação.

Todos os elementos acima devem ser considerados no momento de cobrar pelo seu atendimento. Um valor mais elevado da consulta, assim, refletirá maiores gastos com a estrutura, equipamentos e uma localização central/privilegiada da clínica ou consultório. Ambientes mais afastados, com a oferta de tecnologia menos atualizada, por sua vez, devem ter um valor de consulta igualmente coerente.

Estude seus custos.

Eis, talvez, a etapa de maior importância de todo o processo. A “regra de ouro” pode parecer óbvia, mas muitas vezes é negligenciada por profissionais da saúde menos experientes: ao fim de cada mês, é preciso que o ganho com as consultas realizadas supere o valor de todos os custos/despesas daquele mesmo período.

Um bom trabalho de gestão financeira, é claro, é fundamental. Controle de Fluxo de Caixa e previsão de gastos são práticas mais do que recomendadas. Todo esse cuidado com o gerenciamento contábil está diretamente relacionado com o valor da consulta, que deve considerar também gastos fixos como:

  • Aluguel e condomínio da clínica ou consultório;
  • Remuneração de funcionários;
  • Impostos;
  • Serviços básicos (água, luz, telefone, internet, compras de material);
  • Manutenção de equipamentos e infraestrutura;
  • Valor reservado para investimentos em marketing e divulgação.

A partir de um controle de fluxo de caixa correto (mensurando os custos fixos e variáveis, como é o caso da compra esporádica de materiais), será possível tirar uma média da despesa mensal do consultório, baseando-se em uma análise do histórico das finanças.

Ao contrastar essas informações com as horas trabalhadas por mês, o profissional poderá determinar seu custo por hora, um dado extremamente valioso para a definição de um preço base de consulta.  

E a margem de lucro?

Se as despesas devem ser minuciosamente listadas no papel, a definição de uma margem de lucro sobre cada consulta também é fundamental. Embora o cálculo, aqui, seja mais subjetivo, alguns fatores podem ser considerados, como o nível de concorrência, o tamanho do mercado em que se atua e a forma como o paciente percebe o valor da consulta.

Vale lembrar que a margem de lucro do profissional não é direcionada somente para ganho pessoal, mas também para investimentos em melhorias na estrutura do consultório e na própria carreira, através de cursos de capacitação e especializações.

Exemplificando: quem atua em um segmento médico saturado e com grande concorrência não é aconselhado a definir uma margem de lucro muito alta para cada consulta. A estratégia pode impactar negativamente no número de pacientes, que podem considerar a consulta bastante cara e considerar o serviço da concorrência.

O ideal é buscar um valor realista, que a um só tempo atenda às suas necessidades e não se afaste muito do padrão do mercado.

Percepção de valor versus preço da consulta 

Por fim, não podemos deixar de mencionar um conceito bastante abstrato e de difícil mensuração, mas igualmente essencial para sua estratégia de precificação: a percepção de valor do seu paciente.

É importante lembrar que essa percepção vai muito além do dinheiro pago em si, dependendo de um elemento muito mais intangível – a satisfação do cliente com o atendimento recebido.

Assim, a dedicação do profissional durante a consulta, a pontualidade, a atenção com o paciente, a investigação das queixas sem pressa e a solicitude em esclarecer as dúvidas são todas questões decisivas para que seu paciente realmente tenha a sensação de que o valor investido na consulta vale a pena, ainda que seja mais elevado que a média.

O comprometimento do profissional em oferecer um serviço humanizado e individualizado, valorizando a relação profissional-paciente, enfim, é o que vai ditar o parâmetro fundamental para a precificação da consulta, enaltecendo seu trabalho no mercado e fidelizando o público.

É possível definir um preço para a consulta que seja positivo da perspectiva da margem de lucro e acessível para o paciente!

Fonte:

Home
Você também pode gostar de...
Como abrir um e-commerce em 2024: guia completo para iniciante

Como abrir um e-commerce em 2024: guia completo para iniciante

Como Abrir um E-commerce Este artigo oferece um guia completo para abrir um e-commerce, destacando a importância de cada etapa…
Como abrir uma empresa em Marília em 2024

Como abrir uma empresa em Marília em 2024

Precisa abrir empresa em Marília? Neste artigo vamos te ajudar entender todos os processos, documentos necessários e demais informações valiosas…
O Guia Completo para Migrar de MEI para Microempresa em 2024

O Guia Completo para Migrar de MEI para Microempresa em...

Quando e Por Que Migrar de MEI para Microempresa? Critérios para Migrar de MEI para Microempresa Antes de tomar a…

Não saia ainda!

Se acaso ficou alguma dúvida fale com nosso time, sem compromisso!

Formulário Recebido

Em Breve Entraremos Em Contato!

Se preferir contate-nos pelo WhatsApp, clicando no Botão Ao Lado!